Mãe em adaptação

Cá estou eu, sentada na recepção da Escola, enquanto minha pequena se adapta à sua nova rotina. Ainda bem que tenho a tecnologia pra passar o tempo e também desviar minha atenção desse momento de mudanças e mais mudanças.
Agora pouco estava aqui e comecei a ouvir um choro que parecia muito ser o dela, há três salas da recepção e com toda a gritaria da criançada. De fato ouvidos de mãe são treinados! hehehe E, minha suspeita se confirmou, era a Elisa. Ela estava dormindo e acordou com o choro do coleguinha, daí se assustou e não se acalmava de jeito nenhum. Fui lá e, foi só pegar ela nos braços, que tudo foi ficando calmo. De cara ela já procurou um peito, pra ter certeza que era mãe dela, eu acho. Dei um mamazinho e ela já estava sorrindo de novo e tagarelando comigo. Calma, levei ela de volta pra sala.
Parece que esse processo está começando a ficar mais difícil... pelo menos pra mim.
Ela não quis a mamadeira nova que comprei ontem... hoje vou testar o último modelo disponível, e vou tentar que o Jeh dê pra ela, talvez o fato de ele não ter o "cheiro do leite" faça com que ela aceite melhor. Mamadeira comigo não está rolando. Nem fruta. Ou melhor, comigo só o peito mesmo.
A prof disse que é bem normal, afinal ela sente meu cheiro e associa ao peito. Somando tudo isso a todas as mudanças dos últimos dias e novas experiências, ela só quer se grudar no que já é normal pra ela: meu peito.
Bah, tá começando a doer em mim essa separação. Saber que ela vai chorar e eu não vou estar aqui pra dar o peito a hora que ela quiser, e apertar ela bem contra o meu peito até o choro parar... Em uma semana estaremos nos vendo com hora marcada, literalmente. Isso tá começando a doer em mim.
A função do leite também está me deixando agoniada. Não gosto de nada mal resolvido e, principalmente, se esse mal resolvido se tratar da Elisa. Daí sim não fico em paz mesmo! A empresa que iría me apresentar as "ordenhadeiras" automáticas (o nome é esse mesmo... bem sugestivo... hehehe) não conseguiu até hoje me encaixar nas visitas. Já desisti. A bomba manual machuca muito o peito e demora demais para tirar pouco leite. O pediatra não quer entrar com o NAN. E a guria não aceita suco de jeito nenhum, e as frutas são uma saga toda a vez... Tá complicada adaptá-la à nova dieta.
Estou tentando acreditar em todas as boas novas que tenho ouvido. Do tipo: Isso é normal... Vai se ajeitar em poucas semanas... Eles custam a gostar dos novos sabores... Ela vai se adaptar com a mamadeira... E assim vai.
A prof e a diretora da Escola tem sido bem legais nesse processo, ajudando-me com dicas e sempre tentando me tranquilizar que tudo vai dar certo. Eu devo fazer uma cara de pavor quando falo com elas... hehehe
Sobre o leite, a Sônia, diretora da Escola, sugeriu que eu tentasse tirar manualmente do peito. Vou tentar hoje mesmo, quem sabe com leite na mamadeira ela pegue... Mas, uma coisa eu decidi: se a função do leite não der certo e o pediatra se fresquiar para me receitar o NAN, eu vou comprar e dar pra ela mesmo assim. Se isso não acontecer não vou conseguir trabalhar em paz, apreensiva se minha filha está com fome tocando o horror nas profs.
Fora isso algumas coisas mudaram de ontem pra hoje... o Jeh não vai conseguir ficar com a Elisa pela manhã, então ela terá que passar o dia na Escola. Eu já estava preocupada em deixá-lo com ela sem mamá. Agora, mais ainda. Pois ela vai estar longe da gente e com fome. Muita mudança pra aquele toco de gente. Pelo menos de barriguinha cheia ela precisa ficar.
Ai, estou ficando bem nervosa e ansiosa com isso. Só Deus pra dar paz nessa hora, e me ajudar a desligar e ir pro trabalho. Deixar ela na Escola não é o problema. As profs são um amor, ela sorri pra todo mundo e gosta do convívio com os outros bebês. O x da questão é que meu coração fica cada dia mais espremido com mil pensamentos. Bem coisa de mãe, eu acho...
Agora, o jeito é tentar esfriar a cabeça, testar a nova mamadeira, e seguir o baile.
Ainda vou lembrar disso e dar muitas risadas de toda minha preocupação... espero...